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O chamado em Cristo para a vida eterna

A Ekklesia de Cristo é composta de pessoas que atenderam o “ekklatoi” divino e saíram “para fora de si mesmos e para a reunião de Cristo em Deus”. Essa ideia permeia nos Escritos do Novo Testamento e o “eschaton” aborda as últimas coisas no plano de Deus para com os homens. A Igreja em si tem um caráter profético, histórico e universal descrito no Apocalipse (capítulos 2 e 3) em suas várias fases, tipos, estados e condições, com ênfase nas condições espirituais, comportamento para com o mundo, consigo mesma e o Senhor Jesus Cristo.

A impressionante expressão de Paulo na carta aos Colossenses “Cristo que é a nossa vida” (Cl 3:3) deixa claro que Cristo é a cabeça federal de uma nova ordem de seres humanos, destinados a vida eterna, desde o momento do acesso a graça pelo sacrifício do próprio Cristo na cruz (Rm 5:2).

Trazemos ainda na vida presente os estigmas da velha natureza herdada de Adão, mas já está implantada em nós a natureza divina (1 Pe 1:3-4; 1:22-25). A natureza recebida de Adão é caracterizada pelas expressões “velho homem” e “carne” que podem ser analisadas na seguinte perspectiva: Fator espiritual, demonstra que somos pecadores e é algo sempre presente, embora já libertados do poder do pecado. A outra expressão, Fator corporal, evidência que somos mortais e a mortalidade (morte física) influencia no futuro humano.

A expressão paulina “a vida que agora vivo na carne” (Gl 2:20) traça a linha divisória do antigo viver alienado da graça e justiça de Deus (Gl 2:21). Em suas cartas de maneira explicita e implícita, demonstra a sua esperança escatológica, o que podemos chamar de filosofia de vida cristã de Paulo, pois temos o seu estilo de vida, atitudes, modo de ver a vida presente e a futura, e maneira de avaliar as circunstancias e pessoas.

As palavras paulinas aos colossenses (3.4) “quando Cristo que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória” implica que “eschaton” no contexto da doutrina bíblica, tem a ver com a projeção do futuro de todas as premissas assentadas nas lições previas, tem como foco a consumação que envolve o destino do homem, tanto do salvo, como do ímpio.

Esperança em Cristo é a esperança em sua vinda (Cl 1:5), pois junto com a sua glória será manifesta a nossa, como membros de seu corpo já a temos em segredo (1 Jo 3:2). Para o salvo a esperança no advento futuro de Cristo não é mero apêndice à nossa crença Nele, mas é a nossa coroa.

A nossa crença em Cristo faz nos acreditar nas suas palavras “virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (Jo 14:3), bem como nas garantias apresentadas “eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14:16) e é por isso que Paulo disse que fomos selados com o Espírito Santo da promessa o qual é o penhor da nossa herança. (Ef 1:13,14)

Fundamentados nessa esperança não temos dificuldade de aguardamos a consumação da obra de Cristo, quando acontecerá a nossa completa união com Ele glorificado e a nossa assimilação a Ele, pois o Espírito Santo tem a missão, dentre outras, de nos guiar e sustentar nossa vida presente na senda da esperança (Mt 24:43; Lc 12:26)

Quando Paulo diz: “e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus” (Gl 2:20), faz referência ao seu novo modo de vida e o método eficaz de manter-se firme na fé é esperar pacientemente pela vida eterna que nos tem sido prometida (Rm 8:30). Pois não estamos falando de um mero objeto de desejo, temos esperança porque vivemos em esperança (Rm 8:24) e que é a nossa própria vida – Cristo (Cl 1:27). Ela entra em nossas vidas, em nossos corações como um dom de Deus a quem nós o tornamos como rocha e refúgio.

Em termos pessoais a nossa relação com Deus inclui o nosso destino futuro o que nos obriga a uma reflexão na vida presente, pois andamos por fé, e não por vista (2 Co 5.7), e aí temos que administrar o tempo presente em função da eternidade que nos espera (2 Co 4.18). Nesse sentido a esperança escatológica não é simplesmente um balanço humano de probabilidades e previsões, nem tão pouco convencimento humano decorrente de uma busca por uma cadeia de raciocínio lógico (Hb 11:8-16).

Pr. Sebastião Otávio

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